A AUTORA

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

No meu pior

 


Perdi-me no caminho da insensatez

E encontrei as palavras ditas sem pensar

Perdi-me na encruzilhada da malvadez

E encontrei as lágrimas que ousei causar

 

Não resisti contra a má vontade

Agi de maneira injusta precipitadamente

Não resisti às teias da ociosidade

Agi sem atenção e desinteressadamente

 

Reconheço os meus erros e falhas

Tento esforçar-me por ser muito melhor

Não quero ser associada às escumalhas

Peço perdão a quem estive no meu pior


quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Dias Cinzentos

 


Bebo um chá quente e olho pela janela

A vista nada se compara a uma aquarela

O dia está frio, sombrio e pesado

Ainda de pijama e sem nenhuma vontade

Decido que tenho de combater a ociosidade

Todo o tempo é precioso se for bem aproveitado

 

Vou para o jardim podar as roseiras

A natureza enche-nos as algibeiras

Respirar o ar puro é um bálsamo reparador

Combater um dia cinzento requer pulso forte

Agradecer os contratempos pode trazer sorte

O bem no mundo só pode avançar com amor


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A Lúcia e o Doutor Matias (Poesia Infantil)

 

A Lúcia tem um porquinho-da-índia muito engraçado

Tem o pêlo liso, nas cores branco e castanho

Deu-lhe o nome de Doutor Matias e foi adoptado

Brinca muito com ele e até lhe dá banho

 

O Doutor Matias adora comer legumes

Seja alface, cenoura ou pimento

Quando tem fome faz muitos queixumes

É pequenino, mas de muito alimento

 

A Lúcia coloca-o no colo e faz festinhas

E ele lambe-lhe a mão com carinho

Ao lanche o Doutor Matias come frutinhas

E dorme toda a tarde um bom soninho

 

Todas as semanas é limpa a sua gaiola

E é a Lúcia quem tem a responsabilidade

Brinca sempre com ele quando vem da escola

O Doutor Matias vive com muita felicidade



quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Rosto Molhado

 


Cansei de mendigar por um amor ausente

Não faz sentido amar, sem mais ninguém presente

Cansei do rosto molhado, pelas lágrimas indesejadas

Um coração que não é amado, desiste das metas traçadas

 

Deixaste-me conhecer a solidão, quando era suposto sermos um só

Nunca ateaste o fogo da paixão, nem ao amor limpaste o pó

Deixaste-me conhecer a amargura, acabaste com um futuro promissor

A raiva nem sempre dura, mas por ti não volto a sentir amor

 

O travesseiro ao meu lado está vazio, nem o teu cheiro ficou

Sempre escolheste a beira rio, porque o mar nunca de ti gostou

O meu coração ainda estranha, o espaço livre que chegou a ser teu

Que sejas feliz com a tua manha, já que comigo nunca aconteceu