A AUTORA

sábado, 5 de setembro de 2020

Abandono Cruel

 


As casas estão degradadas, já foram bonitas

Os anos não se compadeceram das suas fitas

O chão nunca conheceu o asfalto

O abandono causa algum sobressalto

Os habitantes são poucos e em idade sábia

A juventude abalou, inchada em lábia

O lugar que outrora foi muito apetecido

Está por sua conta, mas sente-se perdido

Dizem que quando a alegria se quiser reformar

É ali que vai ver uma casa para arrendar

Os políticos que tanto aclamaram nas eleições

Abandonaram-nos à sorte sem direcções

A aldeia ainda tem a sua beleza crua

Mas há quem não goste da verdade nua

Os senhores, ao domingo, jogam à malha

Juntam-se no largo da capela, ninguém falha

As senhoras reúnem-se na casa mais soalheira

Relembram a mocidade, tão bonita companheira


10 comentários:

  1. Poema fascinante, poeticamente perfeito, que elogio e 👏
    Ficou lindo o Abandono Cruel.
    .
    Votos de um doce fim de semana

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    1. Obrigada Ricardo pelas suas carinhosas palavras.
      Bom Domingo, beijinhos.

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  2. Apesar do abandono, as lembranças estão sempre vivas, presentes...Linda! bjs, chica

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  3. Estão assim grande parte das bonitas aldeias de outrora. Abandonadas.
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  4. Que beleza de poema!! :))
    *
    Existe um sol, que me seduz ...
    *
    Beijos, e um excelente fim de semana. :)

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    1. Dizem que quando a alegria se quiser reformar

      É ali que vai ver uma casa para arrendar

      Olá, querida amiga Isamar!
      Tenho certeza de que muitos lares encerram alegria mesmo abandonados. Já outros, nem tanto...
      Tenha dias abençoados!
      Bjm carinhoso e fraterno

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