A AUTORA

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Feliz Ano Novo

 


Mais uma página virada

Mais uma etapa terminada

No livro da nossa existência

Há novas metas a definir

Há novos sonhos a seguir

Na luta pela sobrevivência

 

Saber que se pode recomeçar

Trabalhando para conquistar

Um final que seja diferente

Um novo ano para reaprender

Para se deixar conhecer

Criando um mundo benevolente







segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Dias Sombrios

 


Farrapos de bom senso e boa vontade

Esvoaçam pelas ruas sombrias e desertas

Já ninguém procura saber a verdade

Não se veem portas nem janelas abertas

 

A esperança transformou-se em poeira

Que pousa agora nos telhados vazios

A ostentação abalroa e quer ser a primeira

Arrastando seguidores de sonhos sombrios

 

As flores têm receio de florir a céu aberto

Tristemente, acataram a tristeza que as rodeia

O silêncio impera como no deserto

A luz do dia é antiquada como uma candeia


sábado, 19 de dezembro de 2020

Terra de Lavradores

 


Hoje lembrei-me do passado da minha aldeia

Terra de lavradores, de eira sempre cheia

As vacas ajudavam a lavrar a terra poeirenta

Obedientes, faziam valer a sua ementa

No final do dia de trabalho, regressavam ao curral

O descanso era merecido, no dia seguinte seria igual

As batatas eram semeadas à mão e de costas vergadas

Com a ajuda de quem repartia as forças combinadas

A vindima era um rito, digno da terra de agricultores

O fruto da videira era o manjar dos melhores sabores

Malhar o milho, de mangual bem erguido

A batida tinha de ser igual, sem ritmo perdido

Se a colheita era farta e de boa qualidade

Dividia-se com os vizinhos, com muita boa vontade

Vida dura, ao sol, à chuva, com frio e calor

Mãos ressequidas, com calos e com dor

Saudades daqueles lavradores de corações bondosos

Viviam da terra e da sua terra eram orgulhosos



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Nada para Soprar

 


As pedras transformaram-se em gravilha

A terra estremeceu e virou pó

A presa desmantelou a armadilha

Decidiu, ponderadamente, deixar de viver só

 

A chuva ficou-se pelas gotículas

Nada mais havia que lavar

O vento foi deixando as suas partículas

Mentalizou-se que nada tinha para soprar

 

O sol deixou as nuvens cobri-lo

Para quê brilhar se não há vida?

O seu desânimo, pôde a lua senti-lo

De noite no céu, chorou perdida

 

O dia nasceu sem tarefas a cumprir

A inércia estava a consumir a esperança

Ao anoitecer alguém fez uma lista a seguir

Amanhã será o começo da perseverança


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Nossa Senhora rogai por nós

 


Nossa Senhora Mãe de Jesus

Não deixes desvanecer a nossa luz

Segura-nos pela mão como a Teu Filho

Nossa Senhora, és o trunfo mais valioso

Defende-nos com Teu manto glorioso

E enche o nosso espírito com Teu brilho

 

Nossa Senhora ouve a nossa prece

Ampara e cuida a quem padece

Limpa-nos o caminho do pedregulho

Nossa Senhora, roga ao Teu Filho por nós

Leva o nosso pedido, sê a nossa voz

Sermos Teus descendentes, é o nosso maior orgulho


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Coração abandonado

 


Se minhas lágrimas chegarem a secar

Amor, não foi por falta de tristeza

A tua ausência ainda me faz chorar

Se deixasse, sairia uma correnteza

 

Fizeste-me aprender involuntariamente

O duro significado de saudade

Amor, se agiste conscientemente

Desejo que conheças a infelicidade

 

O meu coração sente-se abandonado

Já não bate ao ritmo que o fazias bater

Amor, foi cruel manchar um lindo passado

E fugir como um condenado, sem hipótese de recorrer