Água Pura

 

Ter água de fonte pura

A abençoar o quintal

É conhecer a verdadeira frescura

É ter uma riqueza sem igual

 

Matar a sede com água cristalina

Tirada do poço pela nossa mão

É como no escuro ter só uma lamparina

E é o suficiente para iluminar a escuridão

 

Desfrutar da água gratuitamente

É um bem que pouca gente conhece

Faz-se crescer mais fruto da semente

E no fim do dia a gente sempre agradece

Pingo de decência

 

Carrego no meu peito um amor peculiar

Em constante crescimento, sem querer parar

Tenho receio que se apodere da minha essência

Tu recusaste recebê-lo sem justificação

Vejo-me perdida com tanta paixão

Foste arrogante, sem um pingo de decência

 

As borboletas do estômago vão içar a bandeira

Partir em busca de melhor sementeira

Dizem que aqui o fogo não aprendeu a arder

Chamei-te de amor até secar a boca

Sem resposta tua, vou chegar a louca

E o que nem começou, vai desvanecer

As minhas Plantas

 

As plantas que vivem e alegram a minha varanda

Estão negras de verdes, como diz o povo

Sinto-me como um maestro a comandar a banda

Cada rebento que nasce é como um dia novo

 

Todas as manhãs me desejam um bom dia

Arrebitam as suas folhas para me ver sair

As plantas são um cortejo sem romaria

Quando regresso a casa recebem-me a sorrir

 

Gosto de as regar logo ao amanhecer

E vê-las desabrochar com tanta frescura

Nas nossas conversas fazemo-nos sempre entender

As minhas plantas, mantém a minha alma pura