Ler um Livro - Poesia Infantil

 

Ler um livro com histórias de encantar

É muito bom porque nos faz viajar

A leitura é muito importante para crescer

Devemos sempre desejar aprender

Um livro é uma companhia

Ler faz bem e traz alegria

Quem lê uma história antes de dormir

Tem sonhos coloridos e acorda a sorrir

As folhas de um livro são especiais

Ler com muita atenção nunca é demais

Oferecer um livro de presente

Além de bonito é ser inteligente

Ter o hábito da leitura diariamente

Faz bem ao corpo e à mente

Ler um livro é conhecer outro planeta

Que um escritor criou na ponta de uma caneta 

Peças de Xadrez

 

Somos meras peças de xadrez

Num tabuleiro feito de madeira barata

A originalidade atingiu um nível alto de escassez

Iludimo-nos com o brilho do aço, pensando ser prata

 

Somos simples varais ao sabor da ventania

De nós nada se espera de extraordinário

A coragem foi despejada e levou a valentia

Joga-se pelo seguro sempre dentro do horário

 

Somos rascunhos ainda na caixa dos eliminados

O dom da palavra fugiu de nós a sete pés

Contentamo-nos com a posição dos derrotados

Sempre à beira-mar nunca a remar contra as marés

 

Somos os passarinhos, assustados, no ninho

À mercê de quem nos quiser alimentar

Não sabemos priorizar e acertar no caminho

As asas nunca nascem a quem não quer voar

 

Somos os rasgões nas calças da juventude

Deixamos crescer assim o futuro do novo mundo

Para quê replantar a tão necessária virtude

Se ajudámos o planeta a tornar-se vagabundo

 

Podemos ser o amanhecer mais brilhante

Que transborda de uma nova oportunidade

Podemos fazer renascer a ajuda constante

E devolver ao mundo a saudosa humanidade

O mundo vendeu a alma

 

O mundo não olha para o lado

Nem se sente envergonhado

Por agir tão desapegadamente

O mundo não estende a mão

Àquele que precisa sair do chão

E dorme toda a noite calmamente

 

O mundo já não conhece a boa vontade

Desistiu da aula sobre a humanidade

E passa os dias a cultivar o egocentrismo

O mundo não se lembra de caminhar em terra batida

Vive de ostentar a futilidade deprimida

Pensa que vale muito o exibicionismo

 

O mundo aceitou vender a alma ao desbarato

Do outro nunca quis calçar o sapato

E agora recebe o pagamento em prestações

Quando perceber que fez a maior borrada

Dificilmente vai encontrar o fio à meada

O mundo será um mundo em constantes mutações

Não me chames de amor

 

Não me chames de amor

Nem me olhes desse jeito

Nasce-me no corpo um calor

Que me explode no peito

 

Não quero teus lábios nos meus

Tua boca é uma arma perigosa

Se meus braços conhecem os teus

Vou infringir a lei, serei criminosa

 

Não me leves pela mão

A tua companhia é viciante

Este fogo vai dar em paixão

Temo passar os dias delirante

 

Não amanheças a meu lado

O teu toque faz-me perder as estribeiras

Fazes-me crer que um louco apaixonado

É mais feliz porque ama de várias maneiras

 

Não digas que me amas, assim tão sério

Sabes que fico à toa, desarmada

Este suposto amor ainda é um mistério

E eu não sei se amo ou se quero ser amada

Fogo de artifício

 

Não sei como vivi os dias sem a tua presença

Trouxeste-me a alegria que tanto necessitava

Quando te conheci senti uma ligação intensa

Eras tu o amor que todos os dias eu buscava

 

Olhamo-nos como se fosse tão simples o amor

As nossas mãos encaixam com tanta facilidade

Somos um do outro e juntos somos o condor

Caminhamos sempre cultivando a felicidade

 

O nosso beijo ilumina como um fogo de artifício

A nossa paixão aquece o anoitecer gelado

Fazer crescer a relação é o nosso ofício

Sei que tu me amas e tu por mim és amado

 

Amor, vamos seguir sempre no mesmo caminho

E partilhar as dúvidas se o trajecto as trouxer

Meu coração habituou-se a não viver sozinho

Amar deste jeito só é bom se estiver completo o talher

Gato Vadio

 

(este não é vadio, é o meu gato Dee)

Um amanhecer ensolarado

Estendido num bom telhado

É o conforto de um gato vadio

O carinho de um qualquer estranho

É sempre um óptimo ganho

Para um gato que sente o vazio

 

Um gato vadio é esperto

Vê um contentor do lixo aberto

E vai logo explorar as suas opões

Será que hoje pode matar a fome

Desde ontem que já não come

A sua barriga anda aos trambolhões

 

Se na rua onde sobrevive cada dia

Morar alguém com alguma simpatia

Tem água e ração num cantinho qualquer

E até quando a chuva não quer parar

Existe um caixote onde se abrigar

Ser gato vadio não é para toda a colher

 

Um dia, alguns, ganham a lotaria

Abandonam a triste e longa romaria

E rumam a um lar para a eternidade

O gato vadio deveria estar em extinção

Porque viver com animal de estimação

Devia ser, acima de tudo, uma obrigatoriedade

És o café quente

 

Somos páginas do mesmo livro

O egoísmo não nos passa no crivo

Vamos de mãos dadas pelo passeio

Inundamos de cartas o marco do correio

Só sabemos amanhecer lado a lado

De olhar cúmplice e sorriso apaixonado

Sou o leite morno e tu és o café quente

Ter-te no meu coração é o melhor presente

Conheces os meus tiques cheios de manias

E não arredaste pé como pensei que farias

Gostas da chuva e eu do frio num dia de sol

Adoro comer bolachas e tu um douradinho rissol

Somos o companheirismo sem contrapartida

Serás para sempre o amor da minha vida

Pedido atendido

 

Pedi-te com o peito aflito

A bênção que tanto necessitava

Tenho fé porque em Ti acredito

És a paz que a minha alma ansiava

 

Ouviste-me com tempo e carinho

É no silêncio que as palavras saem melhor

O meu desassossego já não ficou sozinho

Porque o Teu amor é um bem maior

 

E ao nascer o novo dia

O meu pedido tinha sido atendido

Nossa Senhora de nome Maria

O meu coração sem ti estaria perdido