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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A Vida tem que fazer sentido

 



Há quem guarde a esperança

Bem apertada como uma trança

Para, se um dia, a coragem estremecer

Termos um abrigo onde recorrer

Há quem viva isolado de fraternidade

Agindo com a maior normalidade

Evitando a todo o custo a partilha

Enclausurando o amor numa ilha

Iludem-se que o mundo pode evoluir

Sem compaixão nem generosidade se sentir

Há quem sofra pela tristeza do irmão

E faz o possível para dar mais que a mão

A vida só pode ter um verdadeiro sentido

Se viver, englobar um amor repartido

O universo recebe o que lhe é dado

E retorna na mesma moeda, sem nenhum trocado


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Vingança ponderada

 


Ela ponderou bem a equação, não agiu de cabeça quente

Quem lhe brinca com o coração, pode esquecer que ela é gente

Foi meticulosa no seu plano, seguiu à risca cada detalhe

O seu método raspou o insano, é melhor que ninguém atrapalhe

 

A vingança foi ponderada, ela sabia como retribuir o egoísmo

Não seria a única magoada, aprendeu com ele sobre cinismo

Quem convida para a dança, é bom que aprenda os passos

A fisga quando se lança, retorna nem que seja em pedaços

 

Jogar amor sem nenhum trunfo, nem estratégia de jogo

É despachar logo o triunfo, querer chama sem ter fogo

Foi tarde quando se arrependeu, ela não voltaria atrás

Não apreciou o néctar quando bebeu, recebe mal quem mal faz


sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Partir com meu Amor

 


Quando formos de passeio

Lembra-me de passar no correio

Preciso despachar correspondência

Para avisar com antecedência

Quem me quiser contactar

Vai ter muito que esperar

Vou partir com meu amor

Para um destino com calor

De braço dado e em sintonia

Seremos só nós e a alegria

Na algibeira levaremos rebuçados

P’ra juntar aos, já doces, apaixonados

O caminho será a dois, enternecidos

Amaremos em sofreguidão como bandidos

Quando, um dia, decidirmos regressar

Será para podermos enfim partilhar

Os enigmas de um amor poderoso

E se, como dizem, será também mentiroso


terça-feira, 10 de novembro de 2020

É possível ver o Arco-Íris

 



É possível enxergar o arco-íris num dia cinzento

Basta ponderar o que realmente nos faz falta

O sorriso pode nascer de um mau momento

É tão ou mais feliz quem nunca esteve na ribalta

 

É possível fazer frente às adversidades

Basta agarrar os sonhos como agarramos os segredos

Viver, reconhecendo que há sempre tempestades

Torna-nos capazes de derrotar os nossos medos

 

É possível cantar sem conhecer a letra da canção

Basta entoar a melodia que nos alegra o pensamento

De pouca farinha também se faz o pão

É sempre uma mais valia transmitir o conhecimento


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Inaceitável um mundo egoísta

 


Inacreditável como o mundo se encheu de egoísmo

Encaminham propositada e vergonhosamente para o abismo

Aqueles que ainda acreditam no bem sem contrapartida

Inaceitável como fingem desconhecer a necessidade

Riem do fracasso e dos infortúnios da humanidade

Seres em constante, e triste, evolução invertida

 

Vive-se uma escassez de amor despretensioso

Criando-se desmesuradamente um ciclo vicioso

A sede de egoísmo espalha-se sem vigilância

O mundo corre perdido sem mapa de auxílio

Levando consigo egoístas sem domicílio

Que gritam ideais nascidos da ignorância


terça-feira, 3 de novembro de 2020

Escrever um Poema de Amor

 



Disseram-me que devia escrever, um poema de amor ideal

Melhor tónico não devia haver, para afoguentar qualquer mal

Olhei-os de soslaio, desconfiado de tamanha crendice

Nessa de certeza não caio, já me formei na técnica da aldrabice

 

Falaram-me das maravilhas de um amor digno de romance

Eu ainda desconfio das filhas, que nascem de um só freelance

Pediram com lamechice, escreve sobre um amor eterno

Não faço essa canalhice, inventar um mundo sem inferno

 

Vieram com carga da pesada, um poeta escreve o amor

Estão carregados p’ra nada, não sou poeta nem sequer escritor

Pega na caneta e deixa sair, poemas de amor nunca são demais

Eu não procuro um elixir, tento escrever apenas os meus ideais

 

Disseram-me que devia estar louco, o amor é o que mais vende

Sou pobre nascido com pouco, o que tenho a ninguém ofende

Para já fica ainda na prateleira, o poema de amor irrepreensível

Um dia solto a coleira, e a missão deixará de ser impossível


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