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segunda-feira, 21 de julho de 2008

O ABISMO

Passei tão perto do abismo
Mas resolvi virar à esquerda
Deixei-me do pessimismo
E do sentimento de perda

Senti-lhe o cheiro a solidão
A vazio, a infinito
E por momentos, creio que em ilusão
Ouvi lá no fundo o meu grito

O céu que o toldava era pesado
E nem o sol se atrevia a brilhar
Assim passavam os dias no abismo
Sem nem sequer uma estrela a iluminar

Antes de chegar ao fim da estrada
Parei uns segundos para ouvir
Era o meu nome que chamava
E aos berros perguntou-me se estava a fugir

Não! Respondi também aos berros
A minha história não passa por aí
Por muito que já me tenhas tentado
Sou mais forte que o que vês aqui

Proíbo-te de me voltares a chamar
Desiste! A minha alma é forte
Não levas nada desta caminhante
Nem tão pouco a carcaça após a morte

E depois de me ter posto à prova
Em tão invulgar desafio
Prossegui a minha caminhada
Com vontade, cuidado e com brio

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