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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Ensinar a Felicidade


Hoje alguém me falou baixinho
E causou logo um burburinho
Àqueles que me rodeavam
Contou-me que queria ser feliz
Como quando era petiz
E os problemas nem começavam

Pediu-me conselhos para a felicidade
Pensei: “isto será mesmo verdade?”
Porquê eu, de tanta gentinha comum
Disse que nunca me ouve reclamar
Então acredita que sei ensinar
A quem de felicidade tem jejum

Fiquei sem sentido de orientação
E com uma enorme indignação
Sei lá eu ensinar esta bagatela
Ocorreu-me, assim do nada
Que ser feliz não é uma estrada
Mas por vezes uma simples viela

Corajosa, ainda acrescentei
Que ser feliz, raramente sei
Apenas me contento com a simplicidade
Feliz é o cheiro a canela
Comer a aletria à luz da vela
Pequenos detalhes são a Felicidade

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Sobras do teu amor

Não vivo das sobras do teu amor
Nem nunca a tal me sujeitaria
Quem nasceu para tocar tambor
Dificilmente compreende a bateria

Vanglorias demasiado o teu ego
Insistes em distribuir migalhas
Nem que o pedinte fosse cego
Aceitaria esse amor cheio de falhas

Nunca saberás amar perdidamente
Falta-te estofo, cresces do lado errado
Será sempre egoísta a tua semente
O teu fardo continuará fútil e pesado

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Alma Dorida


Levei a mão ao peito
E mesmo sem jeito
Supliquei o Teu perdão
Pesa-me a alma dorida
Não consigo deixar escondida
Esta dor que me causa aflição

De cabeça baixa e envergonhada
Luto com esta silenciosa trovoada
Preciso com urgência da Tua clemência
As lágrimas lutam para não sair
Já não sei como não as deixar ir
Pai, aceita a minha penitência

O rosário ampara-me a oração
Peço-Te que segures a minha mão
Anseio pela brandura do Teu amor
Ajoelho-me agora, dando graças
Mesmo pequenas as uvas passas
São da linhagem do sangue do Senhor

sábado, 25 de janeiro de 2020

Bússola desgovernada


Os ponteiros da minha bússola estão baralhados
Antes estavam certeiros, agora giram desgovernados
Perdi o norte, não tenho orientação
Caminho agora à sorte, evitando a contramão

O céu está limpo, o sol quente
Será que vejo o Olimpo ou estarei doente?
Penso nos pontos cardeais, preciso me orientar
Aproveito todos os sinais, tenho hora para regressar

Quando anoitecer, dormirei ao luar
Se acaso não me perder, de manhã irei voltar
No regresso, já sem atribulações
Levarei o progresso, fruto de gerações

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Hora do Recreio (Poesia Infantil)


Na hora do recreio
O estudo fica a meio
Chegou a ansiada brincadeira
A bola não pára quieta
Na corrida corta-se a meta
Que nos espere a lapiseira

No jogo da apanhada
A emoção é danada
Leva-nos a ficar desleixados
Conta-se, depressa, até cem
Foge quem medo tem
Não querem ser apanhados

Salta-se à corda com velocidade
A risada é fruto da amizade
O recreio é o paraíso
Toca para se voltar às matérias
Ainda falta tanto para as férias
Mas o recreio deixou o sorriso

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Autor de Estante


Como um fósforo que arde depressa
Assim se resume o meu dia
Por muito que esteja cheia a travessa
A minha alma continua sempre vazia

A tinta da caneta está a chegar ao fim
E ainda não escrevi tudo sobre mim
As folhas do caderno parecem intermináveis
E as ideias decidiram tornar-se dispensáveis

A música que está a tocar na rádio
Lembra-me palavras de um sábio
Deixo a melodia ganhar terreno
E o meu cubículo tornou-se mais sereno

A lua está de quarto minguante
Parece que de tudo me afasto
Um dia chegarei a autor de estante
E o meu livro, de tanto ser lido, ficará gasto

domingo, 19 de janeiro de 2020

A música do Piano


Ouvi o som de um piano, vindo da casa sem iluminação
E com a liberdade de um cigano, dirigi-me na sua direcção
A melodia era apaziguante, de uma beleza incomum
Ao ver a porta fiquei hesitante, ali parada sem jeito nenhum

Mal toquei na porta, ela abriu sem reclamar
A maçaneta estava torta, com medo decidi entrar
Não havia divisões, apenas um espaço aberto
Para a música não havia razões, nenhum piano por perto

A melodia continuava, ouvia-se em todo o lado
Mas quem será que tocava, sem ser enxergado
Fiquei com receio, e abandonei a habitação
O caminho não ia a meio, quando deixei de ouvir a canção

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

O Mar (Poesia Infantil)


Gosto de ir ver o mar
De sentir a água nos pés
Ele é calmo ao acordar
E bravo com as marés

Dizem que é azul a sua cor
Mas não é a pura verdade
O mar é transparente e tem sabor
E as ondas são a sua vaidade

Temos que respeitar a sua casa
Não sujar e não tirar nada do lugar
Um pássaro não voa só com uma asa
O mundo precisa sempre do mar

O mar é um bom companheiro
Porque nunca se vai embora
Gostava de nele nadar o dia inteiro
É lá que a alegria mora

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

O carteiro não trouxe a carta

O carteiro não deu com a minha morada
Continuo na mesma casinha à beira da estrada
Mas agora sem correspondência exterior
Já questionei a, pouca, vizinhança
Poderiam ter o meu correio, com alguma esperança
Afinal não havia carta do meu amor

Eu que tanto esperei pela tua carta
Já sentia a alma farta
Na ânsia de a receber
Será conspiração do universo
Que agora ande por aí disperso
O meu correio com um estranho a ler?

Vou fazer uma espera no início da rua
O carteiro tem que trazer uma carta tua
E nem julgue que se volta a enganar
Logo, sei que vou adormecer a sorrir
Terei o melhor remédio para dormir
Infeliz daquele que não sabe amar

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Livro de Receitas


O meu pequeno livro de receitas
É uma peça essencial no meu quotidiano
Tem de tudo, até frases feitas
E ingredientes que põem a canto o mediano

É um livro em constante construção
Com receitas do mais variado contexto
Nunca me falha, está sempre à mão
Mesmo que seja ano bissexto

A receita que uso em demasia
E que quase já se tornou um clássico
É a de como lidar com a hipocrisia
Sem nos juntarmos a esse grupo básico

Tenho também para outras maleitas
Desde a inveja às maldades gratuitas
São-me essenciais estas minhas receitas
Para tomar cuidado com causas fortuitas

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Abandono


Torci o tornozelo a meio da caminhada
Ninguém parou, ninguém quis saber de nada
Fiquei para trás, já não segui adiante
Ainda chamei em voz bem alta
Nenhuma resposta veio da malta
Fiquei ali parada, como um livro na estante

A tarde não pôde continuar comigo
A noite chegou com o seu perigo
E eu ainda sem compreender esta solidão
Por estranho que pareça, depressa adormeci
Sonhei que do mundo me esqueci
E o abandono teve logo outra noção

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Um Cão, um Amigo

a minha Família de 4 patas ♥

Um focinho sempre em alerta
Os olhos em constante vigia
São animais de alma aberta
Com amor e fidelidade em demasia

A nossa ausência causa-lhes tristeza
O nosso regresso fá-los delirar
Um cão liberta-nos da vida presa
E ensina-nos novamente a brincar

Amigo de embalagem completa
Com peças difíceis de encontrar
Faz de nós um tosco atleta
Que nunca deixa a meta por cruzar

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Estou Agradecida


Foi mais um dia abençoado
Que por Ti me foi dado
Espero ter sido merecedora
Foi mais uma graça concedida
Mais um motivo porque estou agradecida
Sem Ti nunca seria uma lutadora

No caminho, nas pedras já não tropeço
Eu sei que quando Te peço
Tu ouves a minha oração
Em cada regresso ao meu lar
Sinto que comigo vieste a caminhar
Recebe com carinho a minha gratidão

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Feliz Ano Novo


Mais um ano a terminar
Mais um ciclo que sai de cena
Resta agora ponderar
Se tudo valeu a pena.

Para o novo ano que começa
Os desejos são sempre iguais
Saúde, paz e felicidade
Porque o resto são coisas banais.

Os planos que traçarmos
Seja a meio ou no início
Nunca se concretizam
Sem um pouco de sacrifício.

Que entremos no nosso melhor
Seja por que pé for
Que os desejos se tornem reais
Sempre à pala com o amor
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