SENTADA NA VARANDA

Sentei-me num fim de tarde

À sombra da minha varanda
Deixei as horas passar
E o descanso é quem comanda
 
Com o Sol a bater-me nos pés
E o pensamento longe da realidade
A preguiça ocupou de lés a lés
A minha tarde de ociosidade
 
Como é tão bom nada fazer
E ao mesmo tempo, tudo pensar
Como é bom este modo de viver
Sentada na varanda a divagar

A noite fez-me recolher à base

E ao tédio da incansável rotina
Mas cada novo amanhecer
Não me deixa esquecer esta sina.

SUBI AO CÉU

Subi ao céu de balão

Com medo e sem noção
Deixei-me levar.
Queria ter o mundo na mão
Olhá-lo pequeno como um anão
E sentir-me a voar.

Lá em cima, bem no alto
Feliz, mas em sobressalto
Gritei até a voz me sumir.
Se alguém cá em baixo ouvisse
Dizia, se já não disse
Que um maluco ia no céu a fugir

Por entre as nuvens viajei
Senti-me acima de lei
E, como simples, toquei o céu
Desci à terra, para o que é meu.