O senhor
Américo que mora na casa pequena
Já chegou
aos “entas” de uma vida plena
Acorda
cedo para ir comprar o pão
Vive de
uma reforma de pouco tostão
A sua
esposa há muito que partiu
Os filhos
assumem que ninguém os pariu
Depois
de enviuvar adoptou um canito
Um
rafeiro castanho, minorca e bonito
Lá passam
os dois, sempre lado a lado
A fidelidade
é um bem a ser preservado
Conversa
com o rafeiro, de nome Bobby
É o
fiel amigo que está sempre ali
Quando
à tarde o sol bate na soleira da porta
É ver
os dois sentados, nada mais importa
Nos, poucos,
vizinhos encontra amparo
A velhice
é tramada e custa caro
Tem sempre
um sorriso e uma saudação
Por
muito que lhe custe levantar a mão
O Senhor
Américo da casa pequena
Do muito
que viu, já nada condena
Ainda tem
saudades da vida de casado
A sua
Clarice fazia-lhe um bem danado
Agora espera,
com paciência a sobrar
O dia
em que este mundo vai deixar
Só pediu
aos vizinhos o grande favor
De cuidarem
do seu Bobby com amor