AVISO

É expressamente proibida a cópia ou reprodução em parte ou na totalidade do conteúdo deste blog, sem prévia autorização, estando reservados os direitos de Autor.

sábado, 28 de março de 2020

É preciso reciclar



É preciso reciclar a boa vontade
Reutilizar a amizade
Aprender a dar uso ao bem
É preciso reciclar a partilha
Evitar cair na armadilha
De não dividir o que se tem

É preciso reciclar o amor incondicional
Relembrar que a vida é mais que especial
Somos apenas meros passageiros
É preciso limpar a maldade que transborda
Deixar ficar quem roer a corda
E reutilizar os afectos verdadeiros

quarta-feira, 25 de março de 2020

À procura da Fraternidade


Desapareceu há já alguns anos
Mas ninguém a deu como desaparecida
Para alguns não causou danos
Outros acham-se soberanos
E a fraternidade continua sumida

Procuro no meio da multidão
Só vejo manadas de egocentrismo
Não oiço qualquer palavra de educação
Nenhum abraço ao seu irmão
Fraternidade regressa e traz o civismo

Na era tecnológica e tão moderna
O nível de partilha devia ser elevado
A saudação devia existir e ser terna
A ajuda seria a luz da nossa lanterna
Mas o egoísmo tem o jogo viciado

Nesta procura incessante e cansativa
Tenho fé no resultado final
Escrevo uma forte e tocante narrativa
Na televisão será mais apelativa
E a fraternidade voltará a Portugal

segunda-feira, 23 de março de 2020

Vejo-te, Vigilante

Ontem pedi-te em oração
Que aliviasses a minha aflição
Hoje posso respirar calmamente
Sei que estiveste sempre presente
Por vezes sinto os remos a escorregar
Tenho medo de me afundar
Olho o céu e vejo-Te vigilante
Já sabes como sou errante
Mesmo assim sopras-me as velas
Eu continuo apesar das mazelas
O Teu comando é definitivo
Nada adianta ser furtivo
Sou Teu filho, vais sempre olhar por mim
Obrigado Pai, que seja eternamente assim

sexta-feira, 20 de março de 2020

Berros e Gritos


Gritei aos quatro ventos
E relatei os meus tormentos
Precisava aliviar o meu peito

Não obtive nenhuma resposta
Mas fiquei bem mais disposta
A fazer o percurso bem feito

Não há como a leveza da alma
É como uma noite calma
Onde adormecer parece divino

A paz interior faz maravilhas
É mais saudável que as ervilhas
E é mais hidratante que o pepino

Por isso grito e berro bem alto
Nem que seja parada no asfalto
Há que libertar a má energia

Não importa que nos tomem por loucos
Não quero é fazer ouvidos moucos
E acabar num estado de letargia

quinta-feira, 19 de março de 2020

Dia do Pai ♥


Hoje já não estás presente
E já não se sente
O calor do teu sorriso
Hoje ainda dói a saudade
Ainda dói a dura verdade
De não estares onde és preciso

Foste um Pai protector
Com a medida certa de amor
Um Pai sempre presente
Soubeste ensinar os teus rebentos
Para os bons e maus momentos
Porque a vida é sempre diferente

Continua vazio o lugar
Que ocupavas no nosso lar
E tão cedo foi abandonado
Pai, continuas a olhar por nós
Nunca estamos realmente sós
Ainda nada está acabado

Obrigada por tudo que fizeste
Por tudo que nos deste
Por nos criares pela verdade
O amor é sempre igual
Perto, longe ou celestial

Amor de Pai não tem validade

terça-feira, 17 de março de 2020

Noite de temporal


Esta noite choveu torrencialmente
Ficamos às escuras na noite escura
Os relâmpagos pareciam berros de gente
E a trovoada, como sempre, veio à pendura

Ninguém se atreveu a sair à rua
Nem sequer se abriu uma janela
Fiquei a pensar se não estaria a lua
Com ideias de que não gostavam dela

A manhã trouxe a calmaria
A chuva deu tréguas, desertou
Os estragos ainda ninguém conhecia
Por agora é conservar o que restou

sábado, 14 de março de 2020

A mercearia do Ti António

Imagem: Internet
Na rua mais antiga da minha localidade
Existe uma mercearia, já com muita idade
Ainda se fazem as pesagens à mão
E a balança tem o seu jeito de ladrão
O Ti António é o único merceeiro
Sempre bem-disposto e prazenteiro
Gosto da simplicidade do estabelecimento
Do cheiro a humanidade no atendimento
O pão é sempre fresco e estaladiço
E gosta de vir acompanhado de chouriço
Na mercearia não se conhece o calote
A fruta tira-se directamente do caixote
Vende-se a crédito, no livro anotado
Mas só a quem não deixa chegar a fiado
O sorriso do Ti António é o cartão de visita
Embrulha o bacalhau amarrado com uma fita
Ainda não aderiu às novas tecnologias
Só quando for obrigado a tais ideologias
Os miúdos deliram com tanto rebuçado
Bem acamadinhos num cartucho de papel acastanhado
Fecha a loja cedo, no horário de inverno
Mas às sete da manhã já faz contas no caderno
A mercearia do Ti António um dia vai fazer falta
Quando a, por agora fraca, mentalidade da malta
Reconhecer que um simples bom dia sorridente
Fazem valer até um aumento do preço corrente

quarta-feira, 11 de março de 2020

O Senhor Américo da casa pequena


O senhor Américo que mora na casa pequena
Já chegou aos “entas” de uma vida plena
Acorda cedo para ir comprar o pão
Vive de uma reforma de pouco tostão
A sua esposa há muito que partiu
Os filhos assumem que ninguém os pariu
Depois de enviuvar adoptou um canito
Um rafeiro castanho, minorca e bonito
Lá passam os dois, sempre lado a lado
A fidelidade é um bem a ser preservado
Conversa com o rafeiro, de nome Bobby
É o fiel amigo que está sempre ali
Quando à tarde o sol bate na soleira da porta
É ver os dois sentados, nada mais importa
Nos, poucos, vizinhos encontra amparo
A velhice é tramada e custa caro
Tem sempre um sorriso e uma saudação
Por muito que lhe custe levantar a mão
O Senhor Américo da casa pequena
Do muito que viu, já nada condena
Ainda tem saudades da vida de casado
A sua Clarice fazia-lhe um bem danado
Agora espera, com paciência a sobrar
O dia em que este mundo vai deixar
Só pediu aos vizinhos o grande favor
De cuidarem do seu Bobby com amor

segunda-feira, 9 de março de 2020

O saco de Berlindes (Poesia Infantil)


Comprei na loja do chinês
Um saco de bolinhas coloridas
Já joguei a primeira vez
Diverti-me e preguei partidas

Gosto de jogar com os meus vizinhos
Há dias em que somos pouquinhos
Acabamos sempre às gargalhadas
De tão boas que são as nossas jogadas

Bolinhas de vidro com alegria
Uma brincadeira que faz mexer
Acho que às vezes é magia
E eu sou um mágico a valer

quinta-feira, 5 de março de 2020

Visita da casa


Se vens à minha humilde habitação
Seja por visita, ajuda ou favor
Sê delicado e usa a educação
Porque quem age com má intenção
Habilita-se a ser recebido com dissabor

Se passas da minha porta p’ra dentro
Não desdenhes da hospitalidade
Um dia estamos no centro
No outro dispensamos o coentro
Porque há temperos com mais humildade

Se te ceder um lugar à mesa
E do pouco banquete te der a provar
Podes ter a mais pura certeza
Que te considerei da realeza
E da família te podes considerar

segunda-feira, 2 de março de 2020

A minha Avé Maria


Avé Maria ilumina o meu caminho
Mãe do céu dita-me as regras
Assim sei que não há quebras
Segura-me como a um passarinho

Avé Maria perdoa as más atitudes
Enche-me da Tua graça
Permite-me ser da Tua raça
Ensina-me a combater as vicissitudes

Avé Maria plena de benevolência
Faz-me ver p’ra lá do nevoeiro
Mãe de Deus és meu ponteiro
Vou fazer do Teu amor uma tendência

Avé Maria rezo a Teus pés
Não me deixes andar à deriva
Minha alma é cheia da Tua missiva
Os meus remos não temem as marés

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...