Na correria
dos dias arrastados
Vejo cada
vez mais pesados
Os olhos
daqueles com quem me cruzo
Nos bancos
do, quase vazio, jardim
Não oiço
nem vejo nenhum frenesim
Apenas
solitários de rosto confuso
À espera
do, já apinhado, autocarro
Lembram-me
figuras de barro
Aqueles
que mal se conseguem mexer
Os olhares
tristes e indecifráveis
Projectam
os sonhos vulneráveis
Que cobardemente
deixaram morrer