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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Nossa Senhora Rainha

Fonte: Google Images

Hoje perdi o raciocínio
Nada está no meu domínio
Anseio pela Tua compaixão
Hoje a estrada foge-me do pé
Tenho medo de perder a fé
Nossa Senhora vem na minha direcção

Hoje a noite foi madrasta
A minha tristeza ainda se arrasta
Acho que vou dar-me ao fracasso
Nossa Senhora pega o volante
Serei apenas teu tripulante
Tomou conta de mim o cansaço

Permite-me aninhar em Teu manto
Sei que nesse recanto
Nada me pode atingir
Nossa Senhora, chamo-te Rainha
Aos Teus pés morre a erva daninha
Contigo a meu lado irei conseguir.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Borboleta (Poesia Infantil)

Desenho: Lucília Mendes

Num dia de muito sol
A borboleta foi dar uma volta
Voou pelo céu azul
E feliz andou à solta

Com muitas bolinhas nas asas
De cores muito bonitas
A borboleta encanta por onde passa
Com as suas antenas finitas

Ela consegue voar muito alto
Muito baixo, como quiser
É a borboleta mais colorida
Que no céu conseguimos ver.

domingo, 25 de novembro de 2018

Pelo Beicinho

Fonte: Google Images


Ficaste pelo beicinho
Não sei o que te hei-de dizer
Se aqui procuras carinho
Nem dado nem a vender

Se calha veres-me passar
Lá começa a ladainha
Tanta amor tens para dar
Que só te falta a rainha

Dizes que é um amor tão grande
Que nem te cabe no peito
Pois é melhor que abrande
Aqui não causas efeito.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Brincadeiras de antigamente

Fonte: Google Images

Calças arregaçadas
Equipas marcadas
O jogo vai começar
A bola é de farrapos
Há que poupar nos trapos
Não são tempos de gastar

Os catraios sabiam brincar
Porque sabiam valorizar
O pouco que lhes era dado
O estômago que sempre roncava
A comida não abundava
Sabia a pouco o pão retardado

O tempo de brincadeira
Não durava a tarde inteira
Outros afazeres se levantavam
As árvores carregadas de fruta madura
Obrigavam a uma aventura
E eram poucos os que não as roubavam.

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Coração a chorar

Fonte: Google Images

Meu coração acordou a chorar
Mal pregou olho a noite inteira
Diz-me o que te fez assim desesperar
Prometo não arredar da tua beira

Fui eu que não agi correctamente
E te deixei assim doente?
Sei que tenho muita tralha acumulada
Muita coisa por fazer e ser falada

Peço-te que acalmes a tua lamúria
Tanta tristeza provoca fúria
Preciso que sejas forte em duplicado
Não chegamos até aqui a pedir fiado.

domingo, 18 de novembro de 2018

As minhas telhas são Teus braços

Fonte: Google Images

Pelo dia que me deste abençoado
Sou teu servo, teu criado
A minha gratidão não tem fim
Os raios de sol no meu rosto
Sei que não abandonas Teu posto
Nem sempre mereço, mas cuidas de mim

Pela comida que não me falta na mesa
Reconheço a Tua grandeza
As minhas telhas são Teus braços
A força e a humildade que carrego
Vieram da dor de cada prego
E das lágrimas que tornaram Teus olhos baços

Os alimentos que colho do meu quintal
Fruto do meu trabalho com o Teu aval
Fazem-se sentir afortunado
O conforto do meu leito
A paz e o sossego no meu peito
Vêm de Ti, meu Deus muito obrigado.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Alma, até Almeida

Fonte: Google Images

O dinheiro é que comanda a alavanca
Que sem piedade governa o mundo
A democracia já bateu no fundo
E a liberdade segue manca não manca

O poder está nas mãos erradas
A pobreza está em expansão
Triste daquele que não poupa um tostão
E que em cada esquina vê encruzilhadas

Alma, até Almeida
Do medo nascem os heróis
Seremos mais brilhantes que mil sóis
E gigantes como uma cefeida.

domingo, 11 de novembro de 2018

Como o fio de sisal

Fonte: Google Images

Amor de tantas ocasiões
De todas as estações
A companhia mais que perfeita
Amor meu porto seguro
Minha certeza no futuro
Meu remédio contra a maleita

Amor de passos comedidos
Nunca estaremos perdidos
O que nos une tem potencial
Amor dos bancos da escola
Dos que não pede esmola
Forte como o fio de sisal.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Gangue das Alcoviteiras

Fonte: Google Images

As novidades na boca da vizinha
São que nem chuva no verão
Sabe bem e é fresquinha
Mas nunca fica para o serão

Os contos e meias verdades
Ouvidos e contados à pressa
Não chegam a deixar saudades
Nem a enfeitar a travessa

A coscuvilhice é sagrada
No gangue das alcoviteiras
A história tem de ser contada
Se possível de várias maneiras.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Soltos como a brisa

Fonte: Google Images

Meu amor de antigamente
Estás sempre presente
No meu pensamento
Meu amor da mocidade
Onde a felicidade
Era a todo o momento

Meu amor dos dias demorados
Éramos eternos enamorados
Soltos e leves como a brisa
Meu amor das cartas cuidadas
Dos passeios de mãos dadas
Como nos versos de uma poetisa.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Menina do banco de jardim

Fonte: Google Images

Com um livro no regaço
O cabelo preso num laço
Mais o banco do jardim
A quem passava sorria
Desejava um bom dia
Era tão simples assim

A brisa que à tarde soprava
Acredito que lhe invejava
A calma da sua leitura
O sol que tentava espreitar
Com seus raios a brilhar
Cobiçava-lhe a postura

Menina de aspecto cuidado
Sempre com o livro ao lado
Vive no mundo imaginário
Quando o livro termina
Recorre à sua medicina
E busca novo receituário.
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