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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Oferecer é Viver

 


Oferecer sempre um sorriso

Mesmo não sendo preciso

Faz um bem danado à gente

Oferecer sempre um amparo

É tão fácil e não nos sai caro

E deixamos o outro contente

 

Oferecer um abraço apertado

Assim mesmo bem aconchegado

Aquece até à pontinha do pé

Oferecer ajuda sem contrapartida

Devia ser uma das regras da vida

Inundaria o mundo com correntes de fé

 

Oferecer um ombro para chorar

Largando uma lágrima para acompanhar

Não sendo muito, atenua a dor de quem chora

Oferecer do nosso pouco, um pouco a quem precisa

Mesmo que por um dia só andemos de camisa

É o melhor sentimento que connosco mora


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Esquema duvidoso

 


Recebi no correio um esquema duvidoso

Não tinha referências nem nada engenhoso

A estrutura é estranha e muito invulgar

Terei de pedir ajuda para me desenrascar

Remeti o ficheiro para alguns conhecidos

Acredito que nesta matéria são mais entendidos

No dia seguinte recebi uma possível solução

Uma mensagem encriptada por alguma razão

Peguei na folha e li a estranha missiva

Palavras duras de quem se sente à deriva

Resumindo por miúdos o que acabei de ler

Um desabafo sentido de quem se sente a perder

Alega que o mundo caminha para o fracasso

Que o amor ao próximo está a ficar escasso

Pede que a humanidade esqueça o seu próprio umbigo

Para que aos poucos consigamos evitar o perigo

Deseja que o mundo transborde de caridade

Para que no futuro tenhamos mais uma oportunidade 


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Primeiro Andar


Abri a janela do esconderijo onde vivo

Necessito enxergar o que me aprisiona

Sei que apenas de tristeza sobrevivo

Faço um enorme esforço para me manter à tona

 

Vejo passar os sorrisos que me abandonaram

Dizem que me tornei vítima da minha agonia

Juro que lutei contra o que me armaram

Mas a escuridão apoderou-se de toda a alegria

 

Neste primeiro andar de ecos ensurdecedores

A solidão ocupou toda a velha, e pouca, mobília

Os meus pés arrastam-se como perdedores

Passo as noites em constante e assustadora vigília

 

Oiço a passar na rua a resiliência que, tristemente, perdi

Voltam as saudades dos sonhos livres e ambiciosos

Sou um monte de inutilidade que se vai deixar morrer aqui

Com medo de voltar a entrar no jogo dos corajosos

 

Já ninguém bate à porta ou pede para entrar

Acredito que o vazio da alma se propagou na comunidade

Anseio pela libertação do que me faz assim definhar

Espero passar algum dia pela rua da felicidade


 

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