Com roupas
velhas e sapatos rotos
Andar atabalhoado,
como os loucos
Passa assustado,
sente-se em perigo
Já não
fala nem sorri como outrora
Não sei
nem conheço onde mora
É o amor,
dizem que virou mendigo
Foge como
um bicho do mato
Já não
acredita no bom trato
Foi abandonado
sem compaixão
O amor
aprendeu a viver escondido
Ninguém
o deu como desaparecido
Arrasta
a sua tristeza pelo chão
Há quem
diga que ama incondicionalmente
Que vive
de amor diariamente
Mas só
mentem de cara lavada
O amor
já não se lembra do passado
Do tempo
em que amar era sagrado
A angústia
tornou-se muito pesada
Num dia
no final de julho
Alguém
lhe deixou um embrulho
Mesmo com
receio o amor abriu
A
fotografia de um bébé rosadinho
E um
obrigado num recadinho
Fruto de
um casal que o amor uniu
A alegria
voltou ao seu olhar
O sorriso
acabou por se rasgar
O amor
não tinha perdido o jeito
Decidiu
regressar à humanidade
Aos poucos
reintroduzir a bondade
E corrigir
os corações com defeito