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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Aprender a contar (Poesia Infantil)

 



Estou a aprender a contar

E até dez já conto sozinho

Qualquer dia já sei somar

E contar mais um bocadinho

 

Comecei a contar até três

Depois até ao número seis

Agora até ao dez é tudo de uma vez

E estou quase a chegar ao dezasseis

 

Quando souber contar até cem

Vou ser a criança mais feliz

Aprender faz-nos muito bem

Saber contar é o que sempre quis

 

Gosto dos algarismos, cada um diferente

E vou aprendê-los todos até ao fim

Os números são amigos de toda gente

São alegres e variados como um jardim


quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Afogar em chão seco

 


O medo decidiu ter aulas de natação

Para não se afogar nas minhas lágrimas salgadas

Há quem se afogue em seco chão

Sem nunca ter, sequer, as mãos molhadas

 

O desassossego é pesado e teimoso

Nunca tem mais nenhum compromisso

Já lhe disse que o acho espalhafatoso

Não me faz falta, nem para encher chouriço

 

A tristeza dilacera as entranhas

A angústia é desmoralizante

As alegrias são-me todas estranhas

A escuridão tornou-se a minha acompanhante


domingo, 15 de agosto de 2021

O comboio partiu

 


Perdi o comboio para te ir visitar

Juro que acordei cedo, mas demorei a despachar

Quando cheguei à estação, o deserto imperava

Tinha partido o comboio e já ninguém esperava

Tão cedo não vai sair mais nenhum transporte

Estou em maré de azar, perdi também a sorte

Tinha o dia todo planeado, ia ser especial

Piquenique no parque e passeio na marginal

Amanhã vou madrugar no banco da estação

Vou chegar a horas, não vou deixar-te na mão

Vais ver-me chegar de sorriso rasgado

O dia será contigo, um amor lado a lado


segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Data de Validade

 


Se tivéssemos nascido com a data de validade visível

Tatuada nas costas da mão em tinta preta bem carregada

Cada vez que apontássemos o dedo de forma desprezível

Talvez nos lembrássemos que a vida não é para ser odiada

 

Se todas as noites ao deitar olhássemos a data

E soubéssemos que somos apenas um viajante

Talvez conseguíssemos dar mais valor à prata

Porque nem tudo o que brilha é ouro ou diamante

 

Se ao lermos a data de quem nos estende a mão

Não julgássemos só porque estão vazios os dedos

Talvez aprendêssemos a reconhecer a necessidade do irmão

E a aprender a evitar os estragos causados pelos segredos

 

Se ao nascer de cada dia sorríssemos ao ver a data de validade

Sabendo que estamos a fazer o melhor pelo tempo de estadia

O mundo transbordaria de um excesso de humanidade

E a altura da partida seria apenas uma mudança de moradia


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