Na penumbra do silêncio
Oiço teu jeito mordaz
E nas entranhas que sinto cá dentro
Não oiço nada, tanto faz.
Triste sina esta a que me dou
Sem lutar, gemer ou negar
Insisto em não saber quem sou
Por ter medo de já me saber cuidar.
Resigno-me com as desventuras
De quem não luta por ter perdido
Pois uma batalha só está ganha
Quando a guerra deixa de fazer sentido.
Precários, hipócritas e hostis
Aqueles que se deixam ser levados
Pensam que ao viverem tão subtis
A vida não lhes tem os açaimes preparados.
Raiva! Sinto raiva de quem crê
Que no futuro está o melhor que existe
Não sabem que o passado que ninguém vê
Está sempre na origem, é o que persiste.
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