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domingo, 29 de setembro de 2019

Colheita


É tão sublime e delicioso
O som das plantas a crescer
Apesar de ser em modo silencioso
É a sua magia que nos consegue envolver

Acompanhar o crescimento do que plantamos
Traz-nos um sentimento de satisfação
É tão bom saber que ajudamos
E contribuímos para o ganha-pão

Colher o fruto da nossa colheita
Nascido de tão pequena semente
Torna-nos a alma satisfeita
E o orgulho nasce na gente

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Trevo de quatro folhas (Poesia Infantil)


Hoje o António acordou cedo
Estava ansioso para se despachar
Disse que tinha um segredo
Que aos amigos queria contar

No caminho para a escola
De mão dada com a avó
Segurava na sua sacola
Que ia bem amarrada com um nó

Despediu-se quase a correr
E foi ter com os coleguinhas
Que acabarem por lhe dizer
“Que pressa que tu vinhas”

Em pulgas e com cuidado
Retirou da mochila um saquinho
O que quer que fosse estava embrulhado
Não se via nem um bocadinho

O António abriu o saco tão devagar
Que parecia que não tinha fim
Pegou sorridente no que queria mostrar
Um trevo de quatro folhas que colheu no jardim

Ouviu dizer que dá sorte
E que pode livrar dos perigos
Pediu ao trevo que fosse sempre forte
O sentimento que une os amigos.


quarta-feira, 25 de setembro de 2019

As Vozes na minha cabeça


As vozes incessantes na minha cabeça
Têm discussões que ultrapassam a minha capacidade
Organizam tertúlias de uma grande variedade
E nem se importam que isso me aborreça

As vozes que me turvam o raciocínio
Têm-se em muita consideração
Os seus debates básicos e sem noção
Há muito que perderam o fascínio

As vozes insistem na sua magnificência
Mas nada do que dizem é especial
Lembram políticos em campanha eleitoral
A querer a todo o custo mostrar competência

As vozes na minha cabeça falam demasiado
Raramente estão em plena concordância
Dizem que me acompanham desde a infância
E que já merecem um tratamento diferenciado

Convidam-me com toda a cortesia
Para os seus encontros eloquentes
Recuso com desculpas pouco convincentes
As vozes acreditam com a mais extrema hipocrisia

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Sou Agradecida


Sou agradecida pela imensa sorte
Pelas bênçãos de grande porte
Pelo Teu amor sem qualquer barreira
Sou agradecida pela generosidade
Pelas graças de alta qualidade
Contigo venço de qualquer maneira

Sou agradecida pelo teu parentesco
O alcance do Teu amor é gigantesco
O meu obrigado ficará sempre aquém
Sou agradecida por me dares o que preciso
Não o que peço de modo indeciso
Contigo a meu lado, não me fere ninguém

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Como um Cacto



Tenho sede de ser poeta
E passar os meus dias a escrever
Espero que seja como andar de bicicleta
Por muito que passe, nunca se deixa de saber

Tenho sede de ser escritor
E ter as palavras como companheiras
Seria como o melhor produtor
Que perde de vista as suas videiras

Tenho sede de sofrer sem dor
De amar, sem amor ter encontrado
Pudera eu ser como um cacto ao calor
Que raramente se sente desidratado

terça-feira, 17 de setembro de 2019

A Janela das traseiras


Pedaços de vidro estilhaçado
Inundam os degraus da escada das traseiras
Interrogo-me quem será o desgraçado
Que me quer ver perder as estribeiras

Era ainda manhã cedo e caía chuva miudinha
Vim ao quintal apanhar erva cidreira
Reparei que tinha tido uma visitinha
Que fez questão de me partir a floreira

Reparei nos vidros a servir de tapete
E a janela partida, bailava ao vento
Maldito ser com alma de diabrete
Que me quer causar tanto tormento

A manhã já ia alta, deixou de chover
Já não havia sinal de maldade gratuita
A janela tratada, deixou de bater
A escada voltou a ficar bonita

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Panfleto Colorido


Ao passar numa rua da minha cidade
Encontrei colado num poste de electricidade
Um panfleto repleto de letras coloridas
Lá dizia que buscavam urgentemente
Pessoas que tratam os outros como gente
E saibam como cuidar de almas feridas

Não tinha qualquer limite de idade
Nem pedia grau de escolaridade
Bastava querer e saber ouvir os outros
Diziam que estava em vias de extinção
A bondade gratuita vinda do coração
E que os membros ainda eram poucos

Para contactarmos o anunciante
Ter atenção ao compromisso importante
Estão em causa sentimentos alheios
Era facultado um número de telefone
Para que o candidato impressione
E esclareça todos os seus receios

Fui a única que parei a ler o panfleto
Os que passavam nem viraram o esqueleto
As letras coloridas não foram o suficiente
Anotei o contacto no meu caderno
Desejo que possa vir a ser eterno
O amor despretensioso e transigente

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Nossa Senhora Imaculada



Hoje acordei a sentir-me amparada
A minha força estava renovada
Contigo estava o meu pensamento
A alegria encheu-me o peito
Não me custou abandonar o leito
Nossa Senhora tu és o meu alento

A força que senti durante o dia
Era de ti que a recebia
A tua mão junto com a minha
Nossa Senhora foste a coragem
Que evitou qualquer paragem
Foste o amparo que não tinha

O dia que me deste abençoado
Não tenho como dizer obrigado
Deste-me tanto em troca de nada
Nem sempre mereço a tua bondade
Mas tu insistes em dar-me a felicidade
Minha Rainha, Nossa Senhora Imaculada

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

O Ciúme


E se fôssemos, amor, clandestinos
Viajar pelo mundo incerto
E se ignorássemos todos os cretinos
O céu não estaria tão encoberto

E se durante a nossa aventura
O ócio tentar juntar-se a nós
Quero que me faças uma jura
Que não nos deixas ficar a sós

Seria bom escrevermos um diário
Relatando o nosso importante percurso
Descreveríamos todo o itinerário
E seremos caprichosos no discurso

No dia de regresso à normalidade
A nossa bagagem mingou de volume
Deixamos atracados noutra cidade
O peso que nos atrasava, o ciúme

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Viver como um Vagabundo


As entranhas contorcem-se com dor
A visão é turva e alucinada
Os dias vivem-se com pavor
A morte parece estar anunciada

As garras apertam e sufocam sem piedade
A coragem e a força há muito partiram
Sobrevive-se agora sem claridade
O corpo e a alma também já saíram

Os dias são do mais puro breu
Acomodei-me a conviver com a escuridão
O amor diz que já não é meu
Fiquei assim, aliada à solidão

A maldade visita-me diariamente
Diz que me vai converter ao seu mundo
Sei que vou agir cobardemente
E aceitar viver como um vagabundo

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Procurei o meu Amor


Fui com muito jeitinho
Cautelosa e devagarinho
À procura do meu amor
As pistas não tinham dificuldade
Facilmente chegava à verdade
Passei sempre com louvor

Foi uma busca emocionante
Aprendi melhor que um estudante
Valeu todo o tempo despendido
Antes do período determinado
Já o meu amor eu tinha achado
O nosso futuro voltou a ficar reunido

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