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sexta-feira, 31 de julho de 2020

Fim da Linha

Cheguei ao fim da linha

Nem sei se esta era a minha

Apenas segui sem questionar

E agora não dá mais para avançar

Estou especada, feita poste de electricidade

Dedico-me a pensador ou escolho outra actividade?

Até agora não chegou mais ninguém

Serei só eu quem já nada tem?

Pensei que chegada ao dito final

Seria mais importante, especial

Estou a ver que andei muito enganada

A pensar que chegaria a ser coroada

Afinal sou uma pobre sem linha para seguir

Presa ao chão, mas sem nada a impedir

Tristeza de percurso a que me sujeitei

Não soube valorizar, só reclamei

Agora aguenta o troco em miúdos

Porque as notas, ganham-nas os graúdos


terça-feira, 28 de julho de 2020

Dia difícil

Chovia desde madrugada, pingos grossos e gelados

Eu já estava atrasada e até à cabeça em recados

A diva da viatura, fez birra e demorou a pegar

Ainda levei à pendura uma publicidade que esqueci de tirar

 

O vidro embaciou, carro velho é malandreco

O, pouco, ar morno não ajudou, via mal p’ra caneco

O guarda-chuva partiu, molhei-me até ao tutano

Donde é que este tempo saiu, de certeza que vim ao engano

 

Demorei a ficar enxuta, o aquecedor, coitado, é fracote

Com o andar da labuta, se não secar, faço boicote

Chegada a hora do almoço, nem me atrevi a sair

Já passei bastante alvoroço, mastigo melhor sem água a cair

 

No regresso à minha habitação, a chuva quis fazer as pazes

A custo, dei-lhe o meu perdão, p’ra próxima pondera como fazes

Demorei a abrir a porta, ainda tropecei ao entrar

Com a neura já meia torta, descambei-me a praguejar


quinta-feira, 23 de julho de 2020

Andar à pendura


Caio a Teus pés, desencorajada

Não consigo enxergar, a visão está turvada

Venho falar-Te, quero aliviar o peito

Nem sei como começar, fico sem jeito

Senhor, perdoa as frases com pouco sentido

Falo depressa, o meu raciocínio fica dorido

Sei que me esqueço, da demora razoável

Não sou só eu em estado deplorável

Sabes, sou apressada e cometo gafes

Tento remediar, mas já não seguram os agrafes

Infelizmente, sou ingrata repetente

Não é intencional, mas está presente

Senhor, perdoa o pouco agradecimento

Mas é constante o meu arrependimento

As mãos que hoje Te pedem uma solução

Seguram no rosário em convicta oração

Quero ter a Tua força e a Tua bravura

E deixar-me de andar à pendura


terça-feira, 14 de julho de 2020

Alma Vazia

Acordei de alma dorida e vazia

Espero que seja curta a estadia

Sinto-me sem meta nem direcção

Preciso encher esta oca sensação

Saio em busca da causa da minha maleita

Vagueio pelas ruas, parece que algo me espreita

Não reconheço os rostos com que me cruzo

Porque me olham assim? que abuso!

Faço uma pausa para descansar o esqueleto

Sento-me à sombra, num banco preto

Tento organizar os passos a seguir

Qual a melhor táctica para prosseguir

A meio da tarde penso no regresso

Admito, não fiz nenhum progresso

Este vazio, espero, seja passageiro

Se não for, amanhã alicio-o com dinheiro

Chegada a casa, meu lar, meu castelo

Tratadas as tarefas, calcei o chinelo

Ocupar o corpo e, maioritariamente, a cabeça

Faz um bem danado ao mal que se padeça

Quando a noite chegou, a alma estava curada

A causa, se existiu, certamente ficou desvendada


terça-feira, 7 de julho de 2020

O Futuro da Humanidade

Se o futuro deste mundo em crescente fome do mal

São os, indiferentes, jovens que vivem no virtual

Não sei o que pensar da pobre humanidade

Se a salvação de um planeta mais ponderado

Depender da juventude com um vício acelerado

Temo pelos vindouros, pela sua sanidade

 

A geração do não quer, do não faz, do não há problema

Está a gerar uma onda de gente lerda e sem dilema

O medo perdeu o reinado da credibilidade

Clamo preces ao universo, peço amparo

Que lance sobre os jovens um disparo

Abra as mentes e inutilize a ociosidade


quarta-feira, 1 de julho de 2020

Não teme a colheita

Quem leva a generosidade na algibeira

Nunca fica sem a qualquer um ajudar

Quem sabe o que planta na sementeira

Nunca teme o que a colheita tem para dar

 

Quem pede pela alegria do vizinho

Constrói uma ponte sem rachadelas

Quem cultiva o bem pelo caminho

Constrói a mais linda das aguarelas

 

Quem se coloca no lugar de quem padece

Vive cada dia com latente gratidão

Quem diariamente tira um tempo e agradece

Vive com a felicidade de quem já conheceu a prisão


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