Abri o último frasco
Da reserva das minhas forças
P’ra fazer frente ao fiasco
Que transformou o mau mar em poças.
Peço-te que sejas inesgotável
Porque não sei onde mais te ir comprar
Se à loja das loucuras e demências
Se ao simples brilho de um olhar.
Vou usar-te cuidadosamente
Ó força que me restas p’ra viver
E vou crer piamente
Que te vais duplicar sem eu saber.
Cria em mim a ilusão
De que sou capaz do impossível
Caso contrário o meu coração
Vai ceder e tornar-me desprezível.
Ao fechar o frasco devagar
Estremeço, gemo que até meto dó
Porque não há pior medo
Que o saber que agora já estou só.
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